domingo, 20 de novembro de 2011

Alisando nossos cabelos

link: http://historiaemprojetos.blogspot.com/2009/05/alisando-nossos-cabelos.html

Alisando nossos cabelos

Um texto para professores negros e brancos refletirem sobre como estamos tratando a estética dos nossos alunos negros, especialmente as meninas negras, reforçamos os preconceitos a partir de um modelo único de beleza ou não.
O texto de Bel Hooks é longo, mas garanto a vocês que vale a pena a leitura de cada vírgula.

Alisando o Nosso Cabelo

BELL HOOKS*

Apesar das diversas mudanças na política racial, às mulheres negras continuam obcecadas com os seus cabelos, e o alisamento ainda é considerado um assunto sério. Insistem em se aproveitar da insegurança que nós mulheres negras sentimos com respeito a nosso valor na sociedade de supremacia branca! Nas manhãs de sábado, nos reuníamos na cozinha para arrumar o cabelo, quer dizer, para alisar os nossos cabelos. Os cheiros de óleo e cabelo queimado misturavam-se com os aromas dos nossos corpos acabados de tomar banho e o perfume do peixe frito.

Não íamos ao salão de beleza. Minha mãe arrumava os nossos cabelos. Seis filhas: não havia a possibilidade de pagar cabeleireira. Naqueles dias, esse processo de alisar o cabelo das mulheres negras com pente quente (inventado por Madame C. J. Waler) não estava associado na minha mente ao esforço de parecermos brancas, de colocar em prática os padrões de beleza estabelecidos pela supremacia branca. Estava associado somente ao rito de iniciação de minha condição de mulher. Chegar a esse ponto de poder alisar o cabelo era deixar de ser percebida como menina (a qual o cabelo podia estar lindamente penteado e trançado) para ser quase uma mulher. Esse momento de transição era o que eu e minhas irmãs ansiávamos.

Fazer chapinha era um ritual da cultura das mulheres negras, um ritual de intimidade. Era um momento exclusivo no qual as mulheres (mesmo as que não se conheciam bem) podiam se encontrar em casa ou no salão para conversar umas com as outras, ou simplesmente para escutar a conversa. Era um mundo tão importante quanto à barbearia dos homens, cheia de mistério e segredo.

Tínhamos um mundo no qual as imagens construídas como barreiras entre a nossa identidade e o mundo eram abandonadas momentaneamente, antes de serem reestabelecidas. Vivíamos um instante de criatividade, de mudança.

Eu queria essa mudança mesmo sabendo que em toda a minha vida me disseram que eu era "abençoada" porque tinha nascido com "cabelo bom" – um cabelo fino, quase liso –, não suficientemente bom, mais ainda assim era bom. Um cabelo que não tinha o "pé na senzala", não tinha carapinha, essa parte na nuca onde o pente quente não consegue alisar. Mas esse "cabelo bom" não significava nada para mim quando se colocava como uma barreira ao meu ingresso nesse mundo secreto da mulher negra.

Eu regozijei de alegria quando a minha mãe finalmente decretou que eu poderia me somar ao ritual de sábado, não mais como observadora, mas esperando pacientemente a minha vez. Sobre este ritual escrevi o seguinte: Para cada uma de nós, passar o pente quente é um ritual importante. Não é um símbolo de nosso anseio em tornar-nos brancas. Não existem brancos no nosso mundo íntimo. É um símbolo de nosso desejo de sermos mulheres.

É um gesto que mostra que estamos nos aproximando da condição de mulher [...] Antes que se alcance a idade apropriada, usaremos tranças; tranças que são símbolo de nossa inocência, juventude, nossa meninice. Então, as mãos que separam, penteiam e traçam nos confortam. A intimidade e a sina nos confortam.

Existe uma intimidade tamanha na cozinha aos sábados quando se alisa o cabelo, quando se frita o peixe, quando se fazem rodadas de refrigerante, quando a música soul flutua sobre a conversa. É um instante sem os homens. Um tempo em que trabalhamos como mulheres para satisfazer umas as necessidades das outras, para nos proporcionarmos um bem-estar interior, um instante de alegrias e boas conversas. Levando em consideração que o mundo em que vivíamos estava segregado racialmente, era fácil desvincular a relação entre a supremacia branca e a nossa obsessão pelo cabelo. Mesmo sabendo que as mulheres negras com cabelo liso eram percebidas como mais bonitas do que as que tinham cabelo crespo e/ou encaracolado, isso não era abertamente relacionado com a idéia de que as mulheres brancas eram um grupo feminino mais atrativo ou de que seu cabelo liso estabelecia um padrão de beleza que as mulheres negras estavam lutando para colocar em prática.

Esse momento é um marco histórico e ideológico do qual emergiu o processo de alisamento do cabelo de mulheres negras. Esse processo foi ampliado de maneira tal que estabeleceu um espaço real de formação de íntimos vínculos pessoais da mulher negra mediante uma experiência ritualística compartilhada.

O salão de beleza era um espaço de aumento da consciência, um espaço em que as mulheres negras compartilhavam contos, lamúrias, atribulações, fofocas – um lugar onde se poderia ser acolhida e renovar o espírito.

Para algumas mulheres, era um lugar de descanso em que não se teria de satisfazer as exigências das crianças ou dos homens. Era a hora em que algumas teriam sossego, meditação e silêncio. Entretanto, essas implicações positivas do ritual do alisamento do cabelo ponderavam, mas não alteravam as implicações negativas. Essas existiam concomitantemente.

Dentro do patriarcado capitalista – o contexto social e político em que surge o costume entre os negros de alisarmos os nossos cabelos –, essa postura representa uma imitação da aparência do grupo branco dominante e, com freqüência, indica um racismo interiorizado, um ódio a si mesmo que pode ser somado a uma baixa auto-estima.

Durante os anos 1960, os negros que trabalhavam ativamente para criticar, desafiar e alterar o racismo branco, sinalavam a obsessão dos negros com o cabelo liso como um reflexo da mentalidade colonizada. Foi nesse momento em que os penteados afros, principalmente o black, entraram na moda como um símbolo de resistência cultural à opressão racista e fora considerado uma celebração da condição de negro(a).

Os penteados naturais eram associados à militância política. Muitos(as) jovens negros(as), quando pararam de alisar o cabelo, perceberam o valor político atribuído ao cabelo alisado como sinal de reverência e conformidade frente às expectativas da sociedade.

Entretanto, quando as lutas de libertação negra não conduziram à mudança revolucionária na sociedade, não se deu mais tanta atenção à relação política entre a aparência e a cumplicidade com o segregacionismo branco, e aqueles que outrora ostentavam os seus blacks começaram a alisar o cabelo.

Sem ficar atrás dessa manobra para suprimir a consciência negra e os esforços das pessoas negras por serem sujeitos que se autodefinem, as empresas brancas começaram a reconhecer os negros, e de maneira especialíssima, às mulheres negras, como consumidoras potenciais de produtos que poderiam ser subministrados, incluindo aqueles para os cuidados com o cabelo. Permanentes especialmente concebidos para as mulheres negras eliminaram a necessidade do pente quente e da chapinha. Esses permanentes não só custavam mais caro, mas também levavam todas as economias e ganâncias das comunidades negras, especificamente dos bolsos das mulheres negras que anteriormente colhiam benefícios materiais (ver Como o Capitalismo Desenvolveu a América Negra, de Manning Marable, South End Pree).

O contexto do ritual havia desaparecido, não haveria mais a formação de vínculos íntimos e pessoais entre as mulheres negras. Sentadas embaixo de secadores barulhentos, as mulheres negras perderam um espaço para o diálogo, para a conversa criativa.

Desposadas desses rituais de formação de íntimos vínculos pessoais positivos, que rodeavam tradicionalmente a experiência, o alisamento parecia cada vez mais um significante da opressão e da exploração da ditadura branca.

O alisamento era claramente um processo no qual as mulheres negras estavam mudando a sua aparência para imitar a aparência dos brancos. Essa necessidade de ter a aparência mais parecida possível à dos brancos, de ter um visual inócuo, está relacionada com um desejo de triunfar no mundo branco. Antes da integração, os negros podiam se preocupar menos sobre o que os brancos pensavam sobre o seu cabelo.

Em discussão sobre a beleza com mulheres negras em Spelman College , as estudantes falavam sobre a importância de ter o cabelo liso quando se procura um emprego. Estavam convencidas, e provavelmente com toda a razão, de que sua oportunidade de encontrar bons empregos aumentaria se tivessem cabelo alisado. Quando se pediam mais detalhes sobre essa assertiva, essas mulheres se concentravam na conexão entre as políticas radicais e os penteados naturais, seja com ou sem tranças. Uma jovem que tinha o cabelo natural e curto falava até mesmo em comprar uma peruca de cabelo liso e comprido na hora de procurar emprego.

Nenhuma das participantes pensava na possibilidade de que nós mulheres negras éramos livres para usar os nossos cabelos naturais sem refletir sobre as possíveis conseqüências negativas. Com freqüência, os adultos negros, os mais velhos, especialmente os pais, respondiam negativamente aos penteados naturais. Contei ao grupo que, quando cheguei em casa com o cabelo trançado logo após conseguir um emprego em Yale, os meus pais me disseram que eu tinha um aspecto desagradável.

Apesar das diversas mudanças na política racial, as mulheres negras continuam obcecadas com os seus cabelos, e o alisamento ainda é considerado um assunto sério. Por meio de diversas práticas insistem em se aproveitar da insegurança que nós mulheres negras sentimos a respeito de nosso valor na sociedade de supremacia branca. Conversando com grupos de mulheres em diversas cidades universitárias e com mulheres negras em nossas comunidades, parece haver um consenso geral sobre a nossa obsessão com o cabelo, que geralmente reflete lutas contínuas com a auto-estima e a auto-realização. Falamos sobre o quanto as mulheres negras percebem seu cabelo como um inimigo, como um problema que devemos resolver, um território que deve ser conquistado. Sobretudo, é uma parte de nosso corpo de mulher negra que deve ser controlado. A maioria de nós não foi criada em ambientes nos quais aprendêssemos a considerar o nosso cabelo como sensual, ou bonito, em um estado não processado. Muitas de nós falamos de situações nas quais pessoas brancas pedem para tocar o nosso cabelo natural e demonstram grande surpresa quando percebem que a textura é suave ou agradável ao toque.

Aos olhos de muita gente branca e outras não negras, o black parece palha de aço ou um casco. As respostas aos estilos de penteado naturais usados por mulheres negras revelam comumente como o nosso cabelo é percebido na cultura branca: não só como feio, como também atemorizante. Nós tendemos a interiorizar esse medo.O grau em que nos sentimos cômodas com o nosso cabelo reflete os nossos sentimentos gerais sobre o nosso corpo.

Em nosso grupo de apoio de mulheres negras, Irmãs do Yam, conversávamos sobre como não gostávamos de nossos corpos, especialmente nossos cabelos. Sugeri ao grupo que considerássemos o nosso cabelo como se ele não fizesse parte do nosso corpo, mas que se percebesse como algo separado, de novo um território que deve ser controlado, domado.

Para mim era importante que fosse vinculada a necessidade de controlar o cabelo com a repressão sexual. Tendo curiosidade sobre o que passavam as mulheres negras que faziam chapinha ou que fizessem amaciamento, permanente ou outras químicas, quando refletiam sobre a relação do cabelo alisado e a prática sexual, perguntei se as pessoas se preocupavam com o cabelo delas, se temiam que seus pares tocassem os seus cabelos. Sempre tive a impressão de que o cabelo alisado chama a atenção pelo desejo de que permaneça no mesmo lugar. Não foi surpreendente que muitas mulheres negras respondessem que se sentiam incomodadas se as pessoas se concentravam e davam muita atenção aos seus cabelos, sentiam como se o seu cabelo estivesse desordenado, fora de controle. Isso porque aquelas de nós que já liberaram o seu cabelo e deixamos que ele se movimente na direção que ele queira, freqüentemente, recebemos comentários negativos.

Olhando fotografias de mim mesma e das minhas irmãs de quando tínhamos o cabelo alisado no segundo grau, percebi que parecíamos ter mais idade do que quando deixamos o cabelo natural. É irônico viver em uma cultura que enfatiza tanto a necessidade das mulheres serem ou parecerem jovens, mas por outro lado incentiva as mulheres negras a mudarem os seus cabelos de maneira tal que parecemos ser mais velhas.

No último semestre, estávamos lendo O Olho mais azul, de Toni Morrison, em uma aula de Literatura. Pedi aos estudantes que escrevessem textos autobiográficos, que refletissem sobre o que eles pensavam sobre a relação entre raça e beleza física. Uma grande maioria das mulheres negras escreveu sobre os seus cabelos. Quando eu perguntei isoladamente a algumas delas porque continuavam alisando o cabelo, muitas atestaram que os penteados naturais não ficavam bonitos nelas, ou que demandavam muito trabalho. Emily, uma das minhas favoritas, de cabelo curto sempre alisava, e eu lhe questionava e desafiava, até que ela me explicou de maneira muito convincente que um penteado natural ficaria horrível no seu rosto, que ela não tinha a fronte nem a estrutura óssea apropriada.
No semestre seguinte, nos reencontramos e ela me contou que durante as férias tinha ido ao salão fazer o permanente e, enquanto esperava, pensou sobre as leituras e as discussões de sala de aula e percebeu que estava realmente muito incomodada e amedrontada com a idéia de que as pessoas achassem que ela não seria mais atraente se não alisasse o cabelo. Reconheceu que esse medo estava enraizado nos sentimentos de baixa auto-estima. Decidiu fazer uma mudança e se surpreendeu, pois estava linda e muito atraente. Conversamos bastante sobre como dói perceber a relação entre a opressão racista e os argumentos que usamos para convencer a nós mesmas e aos outros de que não somos belos ou aceitáveis como somos.

Em inúmeras discussões com mulheres negras sobre o cabelo, ficou constatado um manifesto de que um dos fatores mais poderosos que nos impedem de usarmos o cabelo sem química é o temor de perder a aprovação e a consideração das outras pessoas. As mulheres negras heterossexuais falaram sobre o quanto os homens negros respondem de forma mais favorável quando se tem um cabelo liso ou alisado. Entre as homossexuais, muitas afirmam que não alisavam o cabelo por uma reflexão de que esse gesto estaria vinculado à heterossexualidade e à necessidade de aprovação do macho.

Lembro-me de ter visitado uma amiga com seu par, um homem negro, em Nova York , faz anos, e tivemos uma intensa discussão sobre o cabelo. Ele se encarregou de me dizer que eu poderia ser uma irmã excelente (bonita) se fizesse algo ("dar um jeito") com o meu cabelo. Por dentro pensei que a minha mãe o tinha contratado. O que me lembro é do espanto quando com calma e entusiasmo garanti que eu gostava do tato no cabelo não processado.

Quando os estudantes lêem sobre raça e beleza física, várias mulheres negras descrevem fases da infância em que estavam atormentadas e obcecadas com a idéia de ter cabelos lisos, já que estavam tão associados à idéia de essas serem desejadas e amadas. Poucas mulheres receberam apoio de suas famílias, amigos(as) e parceiros(as) amorosos(as) quando decidiam não alisar mais o cabelo. E temos várias histórias para contar sobre os conselhos recebidos de todo o mundo, até mesmo de pessoas completamente estanhas, que se sentem gabaritadas para atestar que parecemos mais bonitas se "arrumamos" (alisamos) o cabelo.

Quando eu ia para a minha entrevista de emprego em Yale, conselheiras brancas que nunca haviam feito nenhum comentário sobre o meu cabelo me animaram para que eu não usasse tranças ou um penteado natural grande (black) na entrevista. Elas não disseram "alisa o seu cabelo", sugeriam que eu mudasse o meu estilo de cabelo de modo tal que parecesse ao máximo ao cabelo delas, indicando certo conformismo. Usei tranças e ninguém pareceu notar. Quando fui contratada, não perguntei se importava ou não que eu usasse tranças. Conto essa história aos meus alunos para que saibam que nem sempre temos de renunciar a nossa capacidade de ser pessoas que se autodefinem para ter sucesso no emprego.

Já percebi que o meu estilo de cabelo às vezes incomoda os estudantes durante as minhas conferências. Certa vez, em uma conferência sobre mulheres negras e liderança, entrei em um auditório repleto com o meu cabelo sem química, fora de controle e desordenado. A grande maioria das mulheres negras que ali estavam tinham o cabelo alisado. Muitas delas foram hostis com olhares de desdém. Senti como se estivesse sendo julgada, como uma marginal, indesejável. Tais julgamentos se fazem especialmente direcionado às mulheres negras nos Estados Unidos que resolvem usar dreads. São consideradas, com toda razão, da antítese do alisamento, o que torna o seu estilo uma decisão política. Freqüentemente, as mulheres negras expressam desprezo por aquelas de nós que escolhemos essa aparência.

Curiosamente, ao mesmo tempo em que o cabelo natural é um motivo de desatenção e desdém, somos testemunhas da volta da moda das pinturas, mechas loiras, cabelo comprido. Em seus escritos, minhas alunas negras descreveram o uso de mechas amarelas em suas cabeças quando eram meninas, para fingir ter o cabelo comprido e loiro. Recentemente as cantoras que estão trabalhando para ser atrativas para a platéia branca, para serem consideradas como artistas que ampliaram o público, usam implantes e apliques para conseguir cabelos compridos e lisos. Parece haver um nexo definido entre a popularidade de uma artista negra com auditórios brancos e o grau em que ela trabalha para parecer branca, ou para encarnar aspectos do estilo branco. Tina Tuner e Aretha Franklin foram percussoras dessa tendência, as duas pintavam o cabelo de loiro. Na vida cotidiana vemos cada vez mais mulheres usando cada vez mais químicas para ter cabelo liso e loiro.
Em uma de minhas conversas que se concentravam na construção social da identidade da mulher negra dentro de uma sociedade sexista e racista, uma mulher negra veio até mim no final da discussão e me contou que sua filha de sete anos de idade estava deslumbrada com a idéia do cabelo loiro, de tal forma que ela havia feito uma peruca que imitava os cachinhos dourados. Essa mãe queria saber o que estava fazendo de errado em sua tutela, já que sua casa era um lugar onde a condição de negro era afirmada e celebrada. Mas ela não havia considerado que o seu cabelo alisado era uma mensagem para a sua filha: nós mulheres negras não somos aceitas a menos que alteremos nossa aparência ou textura do cabelo.
Recentemente conversei com uma de minhas irmãs mais novas sobre o seu cabelo. Ela usa tintura de cores berrantes em diversos tons de vermelho. No que lhe diz respeito, essas escolhas de cabelo pintado e alisado estavam diretamente relacionadas com sentimentos de baixa auto-estima. Ela não gosta dos seus traços e acredita que o estilo de cabelo transforma a sua fisionomia. O que eu percebia era que a escolha dela na realidade chamava mais atenção para a sua fisionomia e era tudo o que ela pretendia ocultar.

Quando ela comentou que com essa aparência ela recebia mais atenção e elogios, sugeri que a reação positiva podia ser resposta direta da sua própria projeção de um alto nível de auto-satisfaçã o. As pessoas podem estar respondendo a isso e não à tentativa de ocultar ou mascarar o seu fenótipo. Conversamos sobre as mensagens que estava mandando para as suas filhas de pele escura: que elas certamente seriam aceitas se alisassem os seus cabelos!

Certo número de mulheres afirmou que essa é uma estratégia de sobrevivência: é mais fácil de funcionar nessa sociedade com o cabelo alisado. Os problemas são menores; ou, como alguns dizem, "dá menos trabalho" por ser mais fácil de controlar e por isso toma menos tempo. Quando respondi a esse argumento em uma discussão em Spelman College , sugeri que talvez o fato de gastar tempo com nós mesmas cuidando de nossos corpos é também um reflexo de uma sensação de que não é importante ou de que nós não merecemos tal cuidado. Nesse grupo e em outros, as mulheres negras falavam de ter sido criadas em famílias que ridicularizavam ou consideravam desperdício gastar muito tempo com a aparência.

Independentemente da maneira como escolhemos individualmente usar o cabelo, é evidente que o grau em que sofremos a opressão e a exploração racistas e sexistas afeta o grau em que nos sentimos capazes tanto de auto-amor quanto de afirmar uma presença autônoma que seja aceitável e agradável para nós mesmas. As preferências individuais (estejam ou não enraizadas na autonegação) não podem escamotear a realidade em que nossa obsessão coletiva com alisar o cabelo negro reflete psicologicamente como opressão e impacto da colonização racista.

Juntos racismo e sexismo nos recalcam diariamente pelos meios de comunicação. Todos os tipos de publicidade e cenas cotidianas nos aferem a condição de que não seremos bonitas e atraentes se não mudarmos a nós mesmas, especialmente o nosso cabelo. Não podemos nos resignar se sabemos que a supremacia branca informa e trata de sabotar nossos esforços por construir uma individualidade e uma identidade.

Como nas lutas organizadas que aconteceram nos anos 1960 e princípios da década de 1970, as mulheres negras, como indivíduos, devemos lutar sozinhas por adquirir a consciência crítica que nos capacite para examinar as questões de raça e beleza e pautar nossas escolhas pessoais de um ponto de vista político.

Existem momentos em que penso em alisar o meu cabelo só por capricho, aí me lembro que, mesmo que esse gesto pudesse ser simplesmente festivo para mim, uma expressão individual de desejo, eu sei que gesto semelhante traria outras implicações que fogem ao meu controle. A realidade é que o cabelo alisado está vinculado historicamente e atualmente a um sistema de dominação racial que é incutida nas pessoas negras, e especialmente nas mulheres negras de que não somos aceitas como somos porque não somos belas.

Fazer esse gesto como uma expressão de liberdade e opção individual me faria cúmplice de uma política de dominação que nos fere. É fácil renunciar a essa liberdade. É mais importante que as mulheres façam resistência ao racismo e ao sexismo que se dissemina pelos meios de comunicação, e tratarem para que todo aspecto da nossa auto-representação seja uma feroz resistência, uma celebração radical de nossa condição e nosso respeito por nós mesmas.

Mesmo não tendo usado o cabelo alisado por muito tempo, isso não significa que eu era capaz de desfrutar ou realmente apreciar meu cabelo em estado natural. Durante anos, ainda considerava isso um problema. Ele não era natural o suficiente, crespo o necessário para fazer um black interessante e decente, o cabelo era muito fino. Essas queixas expressavam a minha continua insatisfação. A verdadeira liberação do meu cabelo veio quando parei de tentar controlar em qualquer estado e o aceitei como era.

Só há poucos anos é que deixei de me preocupar com o quê os outros possam dizer sobre o meu cabelo. Só nesses últimos anos foi que eu sentir consecutivamente o prazer lavando, penteando e cuidando do meu cabelo. Esses sentimentos me lembram o aconchego e o deleite que eu sentia quando menina, sentada entre as pernas de minha mãe, sentindo o calor do seu corpo e do seu ser enquanto ela penteava e trançava o meu cabelo.

Em uma cultura de dominação e antiintimidade, devemos lutar diariamente por permanecer em contato com nos mesmos e com os nossos corpos, uns com os outros. Especialmente as mulheres negras e os homens negros, já que são nossos corpos os que freqüentemente são desmerecidos, menosprezados, humilhados e mutilados em uma ideologia que aliena. Celebrando os nossos corpos, participamos de uma luta libertadora que libera a mente e o coração.

*Bell Hooks, pseudônimo de Gloria Jean Watkins nascida em 25 de setembro de 1952. É escritora e ativista feminista. Seus estudos se concentram nas rlações entre raça, classe social e gênero, investigando o modo como estes fatores relacionados produzem e perpetuam sistemas de opressão e dominação. Tem cerca de 30 livros publicados além de numerosos artigos acadêmicos. Sua perspectiva tem sido associada ao pensamento denominado "feminismo posmoderno".

Publicado em: Revista Gazeta de Cuba – Unión de escritores y Artista de Cuba, janeiro-fevereiro de 2005. Tradução do espanhol: Lia Maria dos Santos.

a versão aqui reproduzida foi extraída de Coletivo Marias

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

CALENDÁRIO DO GRUPO DE ESTUDOS (NOVEMBRO)

04/11- Judith Butler (Problemas de gênero- cap1)
11/11- Revista Pagu n°12/1999 (De como uma moça bem comportada se torna Simone de Beauvoir e Simone de Beauvoir e a política) links:http://www.pagu.unicamp.br/sites/www.pagu.unicamp.br/files/n12a07.pdfhttp://www.pagu.unicamp.br/sites/www.pagu.unicamp.br/files/n12a08.pdf
18/11- Revista Pagu n°20/2003 (O efeito obsceno) link: http://www.scielo.br/pdf/cpa/n20/n20a04.pdf
25/11- Revista Pagu n°15/2000 (Universalidade da ciência e o conhecimentos "situados"") link: http://www.pagu.unicamp.br/sites/www.pagu.unicamp.br/files/n15a02.pdf

terça-feira, 18 de outubro de 2011

MUDANÇA DE DIA E NOVO CALENDARIO

PESSOAL, A PARTIR DA PRÓXIMA SEMANA O GRUPO ACONTECERÁ ÀS SEXTAS-FEIRAS, AS 10 HS. SEGUE NOVO CALENDÁRIO:

28 de outubro: "Gênero" para um dicionário marxista: a política sexual de uma palavra ( Donna Haraway).

04 de novembro: Texto da Judith Butler (do livro Problemas de gênero)

(programação a ser construída)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

El tercer sexo

El top Andrej Pejic desafía el orden binario de géneros desfilando en pasarelas masculinas y femeninas. ¿Fenómeno puntual o nueva revolución sexual?

Foto: Jonas Bresnan/ Estilismo: Isabel Moralejo

Dice Jean Paul Gaultier que la belleza del modelo Andrej Pejic no es de este mundo. Y debemos darle la razón por partida doble. Tanto porque la androginia de Pejic, deslumbrante y turbadora, es de una perfección que se diría celestial, ya que la fascinación que su rareza de género ejerce entre los tótems de la moda no se corresponde con lo que hoy por hoy el mundo de aquí abajo reserva en lo cotidiano a las personas como él, a los raros como ella.

Para el cierre de su último desfile de la colección primavera-verano 2011 en la Semana de la Moda de París, Gaultier vistió a Pejic de novia. Y Pejic avanzó hacia un imaginario altar imprimiendo a su personaje tal esplendor y convicción que todo el mundo quiso casarse con ella, con él. Steven Meisel, Teller Juergen, Mert&Marcus, Eugenio Recuenco: tiene subyugados a los fotógrafos más influyentes. Marc Jacobs, Vivienne Westwood, Raf Simons, Galliano, Paul Smith: lo reclaman los modistos más prestigiosos del mundo. Y Pejic aprovecha el tirón y posa para Vogue París o realiza el más exquisito desfile vistiendo, indistintamente, colecciones de hombre y de mujer. Mientras, en muchas calles, una indefinición de género semejante sigue siendo asunto de alto riesgo. Cuando menos, motivo de incomprensión y de desprecio.

Pejic, por su parte, ha comentado que esnifa estrógenos con su amiga Lea T. y que estaría dispuesto a implantarse pechos de silicona con tal de poder desfilar para Victoria’s Secret. Con declaraciones de tamaña insolencia, el modelo hace saltar las alarmas más convencionales. ¿Tan perverso puede llegar a ser el afán de notoriedad que fomenta esta sociedad del espectáculo? ¿O son los ensordecedores cantos de sirena de la industria de la moda el brillo cegador de sus promesas? Algunos sospecharán que sí, dado que quien proclama algo tan desconcertante tiene solo 19 años y ya es el foco donde se concentran los ojos más ilustres de la moda. Porque el matrimonio de Pejic está resultando de los más prósperos del fashion business. Tanto, que ha desembarcado en Nueva York anunciando que no está dispuesto a levantarse por las mañanas por menos de 50 dólares. ¿50 dólares? Así que, en realidad, es un bromista. Sí, ironiza con el fulgor de su éxito tanto como con la extrañeza que suscita la cuestión de su identidad. No solo eso. Con la misma osadía con la que recorre la pasarela vestido de mujer, critica al sistema capitalista, tilda de retrógrada a la sociedad o carga contra la intolerancia del conservadurismo. Dice que, entre desfile y desfile, lee a Trotsky.

Aunque Gaultier ha aportado mucho a su visibilidad, de la integración trans deben ocuparse los políticos, no los diseñadores (Carlos Díez)

¿De dónde sale alguien así? ¿Es un sofisticado producto de la industria para atraer la atención hacia unas pasarelas intimidadas por la crisis? Para el artista visual Joan Morey, no cabe duda. Experto en propuestas culturales contemporáneas y en tendencias de moda, Morey cree que Pejic «no tiene ningún control sobre su imagen, todo se dispone a modo de intercambio contractual entre su agencia y los clientes». Michael A. Donas, headbooker de la agencia de modelos Happy Mondays, coincide con esta visión: «Este mundo necesita impactar, reinventarse continuamente. Kate Moss surgió como una alternativa a las mujeres barbies y muy altas. Los modelos son un producto para vender imagen y él tiene un look andrógino que encaja con lo que le hacía falta al sector. Es su momento». Que sea el propio Pejic quien insista en que está aquí para ganar dinero («Supongo que soy un riesgo calculado por parte de la industria porque tengo lo mejor de ambos sexos: soy ese ansiado lienzo en blanco capaz de asumir carga masculina y femenina») induce a Del LaGrace Volcano, artista intersexual y fotógrafa de la comunidad transexual y queer, a matizar la opinión de que constituya un fenómeno mediático más: «En parte, puede ser así, pero alguien que se expresa de ese modo demuestra una excepcional inteligencia y una extraordinaria conciencia de sí mismo. Decir que no es más que un producto del marketing sería negar su personalidad».

No podemos saber cuál es ese otro mundo al que se refiere Gaultier, en donde la belleza es como la de Pejic; pero podemos preguntarnos por qué surge alguien como él (o como la brasileña Lea T. o el holandés Valentijn de Hingh, modelos transexuales) precisamente en un mundo como el nuestro y en un momento como el actual. «Un mundo de mentes adormecidas», acusa Morey, «y un tiempo incauto, ignorante y perezoso, que olvida con facilidad los movimientos radicales y transgresores del pasado». Que, tal y como advierte el modista Lorenzo Caprile, certifica la muerte de la postmodernidad. Un mundo en crisis no solo económica, sino también política, ecológica, moral. La historia demuestra que, en situaciones así, las sociedades se vuelven continuistas, tienden a replegarse, a aliviarse en lo convencional, se aferran a lo malo conocido antes de correr el riesgo añadido de lo que queda por conocer. Alguien como Andrej Pejic, que desafía una de las convenciones básicas, la del género, no tendría cabida en un mundo así. Sin embargo, todos se rinden a sus pies. Acaso, precisamente, porque de esa fractura, de la falla que la crisis abre sobre un suelo que se tambalea, solo puede surgir alguien que no necesita de las mismas coordenadas: alguien de otro mundo que recuerde que es posible, que inste a la rebelión y que nos tiente a ser libres, a experimentar, a derribar barreras. «El género», señala Del LaGrace Volcano, «es el último bastión de la civilización tal como la conocemos». Y Pejic, «aunque su belleza no sea peligrosa ni suponga un desafío al ideal imperante –alto, delgado, rubio: la mujer blanca de Richard Dyer–», desestabiliza las dos únicas categorías donde culturalmente se ha permitido clasificar el género de las personas: hombre y mujer. Esa indefinición en la identidad de género provoca, según Raquel (Lucas) Platero, docente y escritor transexual, una evidente inseguridad: «Con solo estar en la misma habitación, personas como Andrej o como yo generamos una pregunta en los demás. Interpelamos a las nociones de la normalidad, al orden binario establecido». ¿Puede haber conceptos más relacionados que crisis e inseguridad?

La llegada de Pejic representa una ventana abierta a la rareza de género y, en particular, a la transexualidad. Sus palabras y su imagen traen aire fresco a un paisaje minado de prejuicios y de confusión. «Que alguien como él o como el cantante Anthony, que gustan a tanta gente, se declare transexual y hable sobre la identidad de género arroja mucha luz sobre la escena», celebra Carla Antonelli, primera diputada transexual de la historia de España. «Porque la gente se mueve por estereotipos, por clichés prejuiciosos; y cuando una persona transexual va a buscar trabajo, no se lo dan, pues siguen anclados en la imagen en blanco y negro, en la exclusión. Pero no nos extrañemos: la primera mujer conductora, la primera bombera, la primera que bajó a una mina, la primera negra que se sentó en un asiento reservado para blancos, todas esa primeras veces han sido noticia, solo las han cuestionado los machistas empedernidos, los racistas». Antonelli ha sido elegida por la revista Tiempo una de las 100 españolas del siglo XXI: «El importante mensaje que subyace es el del respeto a mi identidad, a mi libertad. Es la consideración pura, sin más». Y eso es lo que Pejic destaca de su experiencia con la celebridad: «Ahora me respetan, antes era solo una cosa mona disfrazada».

¿Significan estas señales que ha llegado una suerte de «hora trans»? Algunos son escépticos. «Ojalá. En las sociedades occidentales estamos empezando a ser más capaces de convivir con lo transexuales, pero siempre que estén en espacios no amenazantes. No sé si somos tan capaces de convivir con ello cuando es algo más cotidiano y cercano. No sé si no generaría más alarma social. Si tu profe, tu compañera de trabajo o la pareja de tu hermano fuera una persona transexual, tal vez no te gustaría», lamenta Platero. El propio Pejic ha sido víctima de esta fobia: la revista Dossier denunció a la prestigiosa librería norteamericana Barnes&Noble por tratar de censurar una de sus portadas, en la que el modelo aparece con el torso desnudo en una exquisita imagen de la fotógrafa Collier Schorr.

«Si existieran casos como el de Andrej Pejic entre las estrellas de fútbol, asistiríamos de verdad a un gran cambio de mentalidad. Hace años llevar pendientes era, directamente, de maricones; pero desde que David Beckham se los puso, es muy normal ver a padres e hijos con brillantes hasta en los dientes», reflexiona el diseñador Carlos Díez, que sitúa el fenómeno Pejic en sus justos límites de influencia social. Creador de colecciones calificadas de andróginas, Díez siempre ha utilizado los mismos tejidos, colores, estampados y formas para hombres y para mujeres, y en su tienda no hay percheros para unos y otras, todo está mezclado. «Tengo clientes de todo tipo, incluidos transexuales, y en mis desfiles, además de modelos profesionales, siempre hay amigos y gente anónima de todo género y orientación sexual; simplemente, el tipo de gente con la que convivo. Y si bien Gaultier ha aportado mucho a la visibilidad y a la mezcla de géneros, razas y estatus sociales, de ciertos aspectos de la integración de los transexuales deben ocuparse los políticos, no los diseñadores», comenta. En este terreno, el panorama no es muy esperanzador que digamos, si tenemos en cuenta que en España, uno de los países más avanzados del mundo en derechos LGBT (movimiento que los transexuales iniciaron en Stonewall en 1969), el Partido Popular, favorito para ganar las próximas elecciones generales, tiene recurrida la modificación de la ley que permite los matrimonios gais. Así que, de transexuales, ni hablamos. Para algunos, su belleza sigue siendo de otro mundo

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mulheres brasileiras pedirão na ONU maior combate ao racismo na América Latina

Luciana Lima
Da Agência Brasil
Em Brasília

A necessidade de uma atenção maior ao problema da mulher negra na América Latina será levantada por representantes da organização não governamental (ONG) Geledés - Instituto da Mulher Negra, que participam nesta quinta-feira (22), em Nova York, da reunião de alto nível sobre os dez anos da Conferência de Durban. A reunião faz parte dos debates da 66ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Nilza Iraci, uma das representantes da ONG, foi a escolhida para representar as mulheres brasileiras no encontro. Em entrevista à "Agência Brasil", ela disse que aproveitará o tempo para lembrar que as mulheres negras estão na base da pirâmide social, não só no Brasil, mas nos demais países da América Latina e do Caribe. Segundo ela, racismo e sexismo andam juntos na região e precisam ser enfrentados pelos governos.

"Recismo e sexismo andam juntos e sem essa consciência não se resolve a questão", disse Nilza. Para ela, é preciso lembrar que no caso da mulher negra, na região, há uma dupla vitimização. "Basta olhar a base da pirâmide social no Brasil. São as mulheres negras que recebem os menores salários, que não têm acesso aos serviços de saúde de qualidade. Há um conjunto de situações que afetam, especialmente, a vida das mulheres negras", destacou.

Nilza Iraci terá cerca de três minutos para falar. Também está previsto na reunião um discurso da ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

Para as mulheres, o que se espera do discurso da ministra é a garantia de que o Brasil continuará enfrentando essa questão com prioridade, com o fortalecimento da Seppir e da Secretaria de Políticas para as Mulheres, comandada pela ministra Iriny Lopes. "Essas secretarias são referência e devem servir de exemplo para os demais países da América Latina e do Caribe.

No discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, feito ontem (21), a presidenta Dilma Rousseff citou a questão racial e de gênero, de forma geral. Para a representante da ONG Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) Guacira Oliveira, é esperada na fala de Luiza Bairros a reafirmação do compromisso de continuidade e incremento das políticas voltadas para esse público.

Outro ponto polêmico, em que se espera uma política mais eficaz, é a questão da violência. Os assassinatos de negros ainda são muito maiores. "No Brasil, o problema da violência é permanente e muito grave", enfatizou Guacira, que está em Nova York para a reunião.

Ela defendeu também maior compromisso da ONU na resolução de conflitos étnicos. "Os recursos das agências para a questão da igualdade ainda são ínfimos. Existem muitas guerras étnicas, mascaradas de guerras religiosas, que precisam ser resolvidas", disse.

A Conferência de Durban, em 2001, tratou de todas as formas de discriminação, racismo e xenofobia. O Brasil desempenhou papel de protagonista no encontro e, depois, na implementação de políticas raciais. A reunião de hoje tem o objetivo de homenagear os dez anos da conferência e, ao mesmo tempo, avaliar os esforços feitos pelos países desde então e os avanços obtidos.

fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2011/09/22/mulheres-brasileiras-pedirao-na-onu-maior-combate-ao-racismo-na-america-latina.jhtm

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PROGRAMAÇÃO DO GRUPO DE ESTUDOS

SETEMBRO
06 de Setembro: Trjaetórias de GêneroI - Revista Pagu n°11. pag 67-105.
13 de Setembro: Trjaetórias de Gênero II- Revista Pagu n°11. pag 107-155.
20 de Setembro: Uma história do Feminismo no Brasil (Céli Regina).
27 de Setembro:  Uma história do Feminismo no Brasil (Céli Regina) (continuação do debate).

OUTUBRO
04 de Outubro: Gênero uma categoria útil à análise histórica (Joan Scott)
http://www.4shared.com/document/XCWKugpJ/joan_Scott_-_Gnero_uma_categor.html

11 de outubro: Gênero, patriarcado e violência (Helieth Saffioti)
http://search.4shared.com/search.html?searchmode=2&searchName=Heleieth+Saffioti++-+G%C3%AAnero%2C+patriarcado+e+Viol%C3%AAncia
OBS: usaremos apenas uma parte do texto que será disponibilizada na xerox do departamento de Ciências Sociais-UFC.

18 de outubro: "Gênero" para um dicionário marxista: a política sexual de uma palavra ( Donna Haraway).
http://www.scielo.br/pdf/%0D/cpa/n22/n22a09.pdf

25 de outubro: Texto da Judith Butler

MAUC recebe exposição "Mulheres: Faces e Interfaces" até 7 de outubro

Foi aberta quarta-feira (21), às 19h, no Museu de Arte da UFC, a exposição “Mulheres: Faces e Interfaces”. O evento faz parte da V Primavera dos Museus, que tem como tema "Mulheres, Museus e Memórias". A exposição apresenta quadros das pintoras Carmelita, Conceição Piló, Daisy Grieser, Digeórgea, Diva Elena Buss, Mariza e Salet.

As obras traduzem "em traço e cores o reflexo do que somos", segundo a organização do evento, promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

A mostra fica aberta à visitação no MAUC (Av. da Universidade, 2854 – Campus do Benfica) até o dia 7 de outubro. A entrada é gratuita.

Fonte: Museu de Arte da UFC - (fone: 85 3366 7481)

http://www.ufc.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=12119&Itemid=1